O Livre-Arbítrio na Mira do Estado

31/01/2022

Introdução

O mundo está vendo, aterrorizado, uma censura levantada a partir de elites poderosas contra o cidadão comum. Nunca a voz popular foi tão inconveniente quanto agora.

Estamos vivenciando uma revolução das elites da Nova Ordem Mundial contra o povo, um ataque violento contra o patrimônio mais sagrado da humanidade que é a sua liberdade.

A censura promovida pelas Big Tech converte-se na mais cruel e mortal forma de discriminação e segregação. O risco que o mundo corre é o de se tornar refém de grandes corporações que trabalham no sentido de amordaçar as vozes do cidadão comum, com o único fim de fazê-lo escravo da maior ditadura do planeta, a Nova Ordem Mundial.

Livre Arbítrio

Deus dignifica o homem ao nos dar livre-arbítrio, a capacidade de tomarmos decisões por conta própria.

Ao contrário dos animais, que basicamente agem por instinto, nós somos um reflexo de nosso Criador, e, assim como Ele, temos consciência dos fatos, a capacidade de analisar, refletir e tomar decisões por conta própria. Fomos criados à imagem de Deus e temos livre-arbítrio.

Uma pessoa não pode ser considerada moralmente responsável por um ato a menos que seja livre para realizar aquele ato, ou livre para abster-se de praticá-lo. O homem tem livre-arbítrio porque Deus, soberana e absolutamente, concedeu aos seres humanos a capacidade e a oportunidade de fazerem escolhas que realmente afetam o nosso destino. A isso chamamos de livre arbítrio.

A vontade livre é, portanto, um bem concedido por Deus aos homens:

  • Sem o livre-arbítrio não haveria mérito nem demérito, nem responsáveis e nem irresponsáveis, virtude ou vício.
  • O livre-arbítrio permite-nos fazer escolhas livres, entre outras coisas, podemos escolher seguir a Cristo e amar a Deus de 'todo o coração'. - Mateus 22:37. Não se trata de uma imposição ou de uma opção única para o homem.

Ação e Reação

Entendemos que a vida humana é o resultado de "ação e reação" de diversos fatores físicos e espirituais sobre o ser humano.

Uma ação é uma iniciativa, uma proposta, um convite, uma influência ou até mesmo uma coerção, mas nunca um determinismo. Por quê? Porque é preciso o homem responder a essa ação. É aqui que entra a responsabilidade humana por meio do livre arbítrio.

Exemplo:

A salvação é realizada através da Ação de Deus (que toma a iniciativa) e da Reação do homem (que deve responder a iniciativa divina) o que é chamado de sinergismo na Teologia. A resposta do homem é o fator decisivo (determinante). Deus tem providenciado salvação para todos, mas Sua provisão só se torna efetiva (eficaz) para aqueles que, de sua própria e livre vontade, "escolhem" cooperar com Deus e aceitar Sua oferta de graça.

Causalidade do Agente

O princípio de "Possibilidades Alternativas" não é a condição primaz da vontade livre. O que é fundamental para o livre-arbítrio não é a capacidade de escolher de forma diferente em circunstâncias idênticas, mas não ser causado a fazer algo por causas além de si mesmo.

Podemos dizer que só existe livre-arbítrio se o próprio agente for a causa de suas ações. Cabe a mim como eu escolho, e nada fora de mim determina a minha escolha. Essa é a causalidade do agente.

"Pois Tito não apenas aceitou o nosso pedido, mas está indo até vocês, com muito entusiasmo e por iniciativa própria" (2ª Coríntios 8:17)

"Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria" (2ª Coríntios 9:7)

Portanto, sou responsabilizado por minhas escolhas, porque elas não são o resultado de eventos cerebrais aleatórios ou de determinismos externos, mas decisões realizadas por minhas razões pessoais.

Os textos acima são evidências bíblicas de ações autocausadas, e, consequentemente, do livre-arbítrio. As pessoas determinam suas ações em seus corações.

Mas Deus não é Soberano?

Sim, a Bíblia ensina que Deus é o Soberano SENHOR, o todo-poderoso; ninguém pode impor limites ao seu poder. (Jó 37:23; Isaías 40:26) No entanto, Deus, soberanamente, no conselho de Sua vontade, decidiu não usar o Seu poder para controlar as nossas decisões pessoais.

Deus, sendo onisciente e onipotente, sabe, de modo presciente, quais decisões o indivíduo tomará amanhã, porém, o conhecimento prévio de um acontecimento é totalmente diferente da causação do acontecimento. A livre escolha não pode ser determinada causalmente por fatores externos.

"Escolhi o caminho da fidelidade; decidi seguir as tuas ordenanças" (Sl 119:30).

Deus é amor e, como amor, sempre opera graciosamente por meio da persuasão e não pela coação. Deus não força ninguém a amá-Lo. O amor de Deus é persuasivo, mas resistível; caminha junto com a liberdade de decisão que Ele mesmo concedeu aos seres humanos. Deus não exerce sua graça irresistível contrariamente à vontade da pessoa. Isto seria um ato de violação da liberdade de decisão dos seres humanos, a qual procede do próprio Deus.

A Queda Anulou o Livre-arbítrio?

É verdade que depois da queda espiritual, a vontade humana foi afetada pelo pecado e que a inclinação do mal está em nossa natureza. Essa realidade, porém, não tira a responsabilidade do homem sobre suas escolhas e ações. Pelo menos em parte, o ser humano tem a capacidade de escolher entre o bem e o mal e o poder de fazer escolhas próprias, independente de causas exteriores de qualquer natureza.

Deus "retribuirá a cada um conforme o seu procedimento". Ele dará vida eterna aos que, persistindo em fazer o bem, buscam glória, honra e imortalidade. Mas haverá ira e indignação para os que são egoístas, que rejeitam a verdade e seguem a injustiça. Haverá tribulação e angústia para todo ser humano que pratica o mal: primeiro para o judeu, depois para o grego; mas glória, honra e paz para todo o que pratica o bem: primeiro para o judeu, depois para o grego. Pois em Deus não há parcialidade. Rm 2:6-11.

É inconcebível a ideia de Deus dar ao homem a opção de escolha quando o Criador já escolheu por nós. Deus estaria iludindo o homem para que pensasse que podia escolher, quando, na realidade, não tinha a mínima capacidade disso.

Mas Deus não é de confusão (1Co.14:33), nem é enganador. Ele não ilude ninguém e nem pode mentir (Tt.1:2).

A Bíblia diz que o homem pode escolher livremente.

"Escolham hoje a quem irão servir" (Josué 24:15).

"Se vocês obedecerem fielmente ao Senhor, ao seu Deus, e seguirem cuidadosamente todos os seus mandamentos que hoje lhes dou, o Senhor, o seu Deus, os colocará muito acima de todas as nações da terra (...) Entretanto, se vocês não obedecerem ao Senhor, ao seu Deus, e não seguirem cuidadosamente todos os seus mandamentos e decretos que hoje lhes dou, todas estas maldições cairão sobre vocês e os atingirão" (Dt 28:1,15).

"Tudo me é permitido", mas nem tudo convém. "Tudo me é permitido", mas eu não deixarei que nada me domine. 1 Co 6:12.

'Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito' (Jo 15.7).

"Mas os fariseus e os peritos na lei rejeitaram o propósito de Deus para eles, não sendo batizados por João" (Lc 7:30).

Escolhas Sábias

A Bíblia deixa bem claro que não só temos a capacidade de escolher, mas a responsabilidade de escolher sabiamente.

O céu e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti de que te pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência - Dt 30:19.

Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, apedrejas os que a ti são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não o quiseste! Mt 23:37.

Os céus são os céus do Senhor, mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens. Sl 115:16.

Por atos soberanos de Sua vontade Deus deu a Terra para ser o lar do homem, o nosso lugar de nascimento, desenvolvimento e morte.

Esta Terra poderia ser maravilhosa se o homem nunca a contaminasse ou a desolasse pelo pecado! Quão feliz seria viver nesta morada se o pecado nunca tivesse entrado nela! Mas, a vida nesta terra é feita de escolhas, desde quando nascemos até a nossa morte e o estado moral do mundo está diretamente associado às escolhas que os homens fazem. A construção da história da vida nesta terra tem como base as nossas escolhas e ações. Sobre todos nós pesa a responsabilidade de decisões certas e sábias.

Há escolhas erradas que trazem grandes prejuízos para nós e para o próximo. Entretanto, há escolhas erradas que não somente arruínam um projeto de vida, mas trazem consequências eternas.

Quando falamos da eternidade e de nossa salvação, não podemos fazer escolhas erradas porque não há conserto e nem segunda chance.

Crer ou não crer? Seguir ou não seguir a Cristo? Essa decisão fará toda a diferença aqui e na eternidade.

  • Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, porém, desobedece ao Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus. Jo 3:36.

Diante dessa realidade, o ser humano precisa ser preparado moral e espiritualmente para fazer um bom uso de sua liberdade na tomada de decisões que têm consequências eternas. A Bíblia Sagrada existe para nos ajudar nas escolhas certas. Por isso existe a pregação do Evangelho, para conhecermos a verdade e o Salvador Jesus Cristo.

Lembre-se: O estado de pecado no mundo está diretamente associado às escolhas que fazemos. O ser humano tem a capacidade de escolher o caminho a seguir. Deus não conspira contra a liberdade humana, Ele a respeita. Deus é contra tudo que escraviza, tudo o que nos rouba o direito de dizer sim ou não, querer ou não querer. [...] Deus está na origem do exercício de nossa liberdade. Portanto, o nosso futuro depende, em grande parte, de nossas escolhas. A Bíblia nos incentiva a 'escolher a vida por escutar a voz de Deus', ou seja, por decidir livremente obedecer aos seus mandamentos. (Deuteronômio 30:19, 20). Em vez de nos obrigar a obedecer aos Seus mandamentos, Deus nos faz o comovente apelo:

"Oh! se tão somente prestasses atenção aos meus mandamentos! A tua paz se tornaria então como um rio." - Isaías 48:18.

Satanás e o Livre-arbítrio

Para que assim voltem à sobriedade e escapem da armadilha do Diabo, que os aprisionou para fazerem a sua vontade. 2 Tm 2:26.

O Diabo busca direcionar as nossas decisões para o sentido oposto do propósito divino. Ele mente, engana e seduz os homens com ilusões e prodígios da mentira para que sejam seus escravos. Mas, a existência do Maligno é necessária para os planos de Deus. A princípio essa declaração pode parecer chocante, mas Satanás é necessário para que saibamos quem realmente somos. Ele nos mostra o caminho contrário aos desígnios de Deus.

É diante do poder de escolha entre o bem e o mal, o certo e o errado que realmente descobrimos quem somos. Ninguém é forçado a fazer o que é mal, da mesma forma que ninguém é forçado a fazer o que é bom. Em tudo existe uma proposta e uma resposta. A resposta vem de uma construção que se consolida com as nossas escolhas.

Deus nos fez livre em nossas escolhas. Podemos escolher se amamos ou não a Deus. Se o obedecemos ou o ignoramos.

Deus mostra a verdade, o bem e o caminho a ser seguido, mas nunca nos obriga a obedecê-lo. Cabe ao homem, usando o seu poder de escolha, tomar a decisão que lhe apraz.

Estratégias do Maligno

Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte". (Tiago 1:13 - 15).

O foco de Satanás é a nossa cobiça, a ambição no interior da natureza de cada um. O Maligno atrai o homem, trazendo uma proposta para essa cobiça que já reside no interior do indivíduo.

Não é de forma agressiva que o Maligno nos cerca, ao contrário suas investidas são sábias e oportunistas, carregadas de sedução e mentiras.

Mas, existe outra forma de Satanás agir quando a sedução não consegue levar o homem ao pecado. Usando seus servos neste mundo, Ele tiraniza, oprime, escravizando vidas aos seus comandos.

Sabemos que no tempo do fim Satanás intensificará os seus esforços e os seus ataques contra a humanidade serão duplos:

  • Primeiro - os seus ataques incluirão um amplo elemento de engano. Haverá toda sorte de prodígios e manifestações sobrenaturais da mentira (Apocalipse 16:14). O engano do fim dos tempos será tão grande que a maioria das pessoas será levada a escolher o caminho da destruição (Mateus 7:13; 2 Ts 2:11).
  • Segundo - ele fará guerra aos santos, pelejará contra o povo de Deus (Apocalipse 12:17).

Estado Leigo, Igreja Livre

O Estado não pode anular o livre-arbítrio do cidadão e obrigá-lo a fazer algo contra a sua consciência. Cada pessoa tem o direito de fazer escolhas, segundo os ditames de sua consciência, livre de coações de qualquer espécie.

Não é bom que o homem seja coagido a tomar decisões contra a sua consciência. A liberdade para fazer escolhas é um dos direitos fundamentais do homem, inerente à sua natureza e essa liberdade não deve sofrer ingerência de qualquer poder humano. (Gn. 1:27; 2:7; Sl. 9:7,8; Mt. 10:28; 23:10; Lc 20:25; Rm. 14:4; 9,13; Tg 4:12; 1 Pe. 2:15-16.26; 3:11-17).

A Igreja e o Estado devem estar separados por serem diferentes em sua natureza, objetivos e funções. É dever do Estado garantir o pleno gozo e exercício da liberdade religiosa, sem favorecimento a qualquer grupo ou credo. O Estado deve ser leigo e a Igreja livre.

É dever dos crentes orar pelas autoridades temporárias, bem como respeitar e obedecer às leis e honrar os poderes constituídos, exceto naquilo que se oponha à vontade e à lei de Deus. O livre-arbítrio, como bem mais precioso dado por Deus ao homem, precisa ser conservado por cada cidadão e respeitado pelo Estado. (Dn. 3:16-18; 6:7-10; Mt. 17:27; At. 4:18-20; 5:29; Rm. 13:1-7; Gl 1:8-9; I Tm.2:1-3; Tt 3:1; I Pe. 2:13-17).

Conclusão

Amados irmãos, o uso da liberdade de escolha implica riscos. Nem sempre sabemos o que é melhor para nós. Às vezes escolhemos o mal pensando ter escolhido o bem. Quem usa mal a liberdade pode até perdê-la, tornando-se escravo de ilusões e de mentiras do inimigo de nossas almas. É preciso ter cuidado e aprender a analisar bem as propostas e escolher corretamente.

Naturalmente, Deus quer que façamos o bom uso do livre-arbítrio. E ele nos ajuda a tomar decisões sábias com base nas orientações fornecidas na Bíblia - (Salmo 25:12). Deste modo, os cristãos são incentivados a tomar decisões em harmonia com princípios bíblicos, em assuntos como casamento, relacionamento social, tratos comerciais e outros. Isso envolve também questões não declaradas na Bíblia, mas com princípios que nos ajudam a tomar decisões segundo a vontade de Deus. (Rm 2:14, 15; 1 Co 10:31).

Portanto, sobre mim, pesa a tremenda responsabilidade de julgar todas as coisas, à luz das Escrituras Sagradas, afastando-me de toda aparência do mal.

Por fim, ressaltamos:

"Não abra mão de sua liberdade de escolha e, em especial, a sua liberdade de consciência; não aceite que A ou B retire o maior direito que Deus deu aos seres humanos: o livre-arbítrio".

Pense nisso e que Deus nos abençoe rica e abundantemente. Amém!